Begónia já iniciou produção e vai adicionar 30 000 barris por dia à produção petrolífera

Angola está testemunhando um marco no setor de hidrocarbonetos com o início da produção do FPSO Begónia, projeto que representa o primeiro desenvolvimento submarino interblocos no país, unindo os Blocos 17 e 17/06. A instalação está localizada a cerca de 150 km da costa, na província do Zaire, em águas com profundidade entre 800 e 1 200 metros.

EDACO
  • 25/07/2025
    Begónia já iniciou produção e vai adicionar 30 000 barris por dia à produção petrolífera

    O projeto Begónia foi oficialmente lançado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), a TotalEnergies (operadora com 30% de participação) e seus parceiros internacionais e nacionais — Sonangol EP (30%), SSI (27,5%), ETU Energias (7,5%) e Falcon Oil (5%). A iniciativa custou 850 milhões de dólares e adicionará 30 000 barris por dia à produção do FPSO Pazflor, consolidando-se como estratégia de intensificação da produção nacional através da conexão de cinco poços submarinos às infraestruturas já existentes.

    O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, criticou que o projeto é vital para manter o potencial de produção existente, otimizando ativos existentes e fortalecendo a eficiência do setor petrolífero do país. Já o presidente do conselho de administração da ANPG, Paulino Jerónimo, destacou a relevância do conteúdo local envolvido: cerca de 1,3 milhão de horas de trabalho, das quais 70 % foram realizadas em Angola, sobretudo na base logística da SONILS, em Luanda.

    Este modelo de desenvolvimento interblocos consolida-se como uma novidade no setor petrolífero angolano. O diretor-geral da TotalEnergies Angola, Martin Deffontaines, afirmou que o projeto demonstra a capacidade de Angola em promover soluções inovadoras que beneficiam todas as partes envolvidas. Ele reforçou que o Begónia é um exemplo de produção de baixo custo e menores emissões, em linha com a estratégia global da empresa em operações em águas profundas.

    CLOV Fase 3, outro projeto liderado pela TotalEnergies, também iniciou produção simultaneamente. Localizado no Bloco 17, o desenvolvimento prevê uma produção adicional de 30 000 barris por dia, ligando quatro poços ao FPSO CLOV. Os principais parceiros incluem Equinor (22,16%), ExxonMobil (19%), Azule Energy (15,84%) e Sonangol E&P (5%). Somados, Begónia e CLOV Fase 3 adicionam cerca de 60 000 barris diários à produção angolana, aumentando a robustez da produção offshore do país.

    O início da produção do FPSO Begónia marca um avanço importante no setor petrolífero angolano, não apenas pela inovação técnica que representa, mas também pela produtividade adicional que oferece ao país. Ao somar-se à produção do CLOV Fase 3, o país ganha uma nova capacidade instalada de 60 000 barris/dia, reforçando a estratégia de maximizar ativos existentes e promover novos modelos de cooperação entre concessões. As iniciativas demonstram que Angola caminha no sentido de garantir produção sustentável, crescente e integrada ao desenvolvimento local.

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