31/12/2019
Mais de 500 trabalhadores da petrolífera americana Halliburton, prestadora de serviços às empresas do sector que operam
em Angola, estão em greve por "tempo indeterminado", em protesto contra salários não actualizados ao câmbio do banco
central.
Neste momento, não há negociação, já parámos, estamos em greve e, nas reuniões eles (a direcção) não querem ouvir falar
sobre a actualização do câmbio”, disse o presidente do Sindicato das Indústrias Petroquímicas e Metalúrgicas de Angola
(Sipeqma), João Ernesto Pedro. Segundo o sindicalista, que lamenta a postura da direcção da empresa em continuar a pagar
salários convertidos do dólar para o kwanza no câmbio de há cinco anos, a posição do patronato traduz-se num “escândalo
e numa roubalheira”.
O líder da Sipeqma questionou, igualmente, o silêncio das autoridades do país face aos “constantes atropelos à lei e aos direitos dos trabalhadores" por parte da petrolífera americana, adiantando que as operações estão paralisadas desde segunda-feira. “Pedimos flexibilidade, porque os salários estão desajustados ao actual contexto do país”, assinalou João Pedro, garantindo abertura para negociar com a direcção da empresa especializada na perfuração de poços petrolíferos.
A greve iniciou-se no passado dia 16 e envolve 700 trabalhadores que servem nos blocos petrolíferos, 14 e 15 operados
pela Chevron e os blocos 17 e 32 da Total.
Os trabalhadores acusam a Halliburton de estar a preparar o despedimentos dos trabalhadores envolvidos na organização da greve e de
se recusar a negociar.
Em 2014, a empresa despediu um total de 30 trabalhadores, por pertencerem à comissão sindical e está a ameaçar a
terceira comissão sindical em funções, de acordo com Presidente do Sindicato das Indústrias Petroquímicas e Metalúrgicas
de Angola (SIPEQMA).
A Halliburton não comentou.
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