Angola avalia queda da pressão orçamental com subida do preço do petróleo
O recente aumento do preço internacional do petróleo tem sido percebido em Angola como um alívio importante para as finanças públicas. O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, expressou cautela ao referir que ainda é “muito cedo para tirar conclusões”, mas assinalou que a cotação aproxima-se da média anual prevista no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2025, fixada em torno de 70 USD por barril. Esse movimento já permite vislumbrar a possibilidade de manter os principais programas sem ajustes emergenciais nos gastos.

Segundo o governante, houve preparação antecipada de cenários de contenção, face às quedas anteriores no preço do crude, mas a subida recente traz alguma margem de manobra ao setor público. Naquele evento, realizado à margem da 17.ª Cimeira de Negócios EUA‑África, Massano enfatizou ser ainda um momento inicial, mas com base nas cotações atuais, “sermos capazes de executar os principais programas de desenvolvimento económico e social para o ano de 2025” sem necessidade de cortes severos.
Massano reiterou que o cenário favorável poderá reduzir pressões inflacionárias vindas dos preços dos combustíveis, o que pode influenciar positivamente o comportamento dos juros e facilitar o cumprimento das metas fiscais. No entanto, manteve um tom reservado, destacando que a consolidação orçamental deve continuar com gestão cautelosa, evitando decisões precipitadas .
A cotação do Brent — referência adotada por Angola — ultrapassou os 70 USD por barril devido a tensões geopolíticas no Médio Oriente, particularmente envolvendo bloqueios potenciais no Estreito de Ormuz. A estabilidade dessa tendência será decisiva para garantir o equilíbrio orçamental ao longo do ano.
O ministro deixou claro que Angola mantém canal aberto com parceiros internacionais, como o FMI, numa lógica de consolidação macroeconómica. Além disso, mencionou o apoio do Banco Mundial, que disponibilizou 500 milhões de USD para projetos relacionados ao Orçamento Geral, com enfoque em áreas como agricultura e emprego juvenil.